Na noite da última terça (16), uma jogadora do time feminino do Corinthians foi vítima de racismo durante a semifinal da Libertadores, contra o Nacional, no Paraguai. Após o sexto gol do time alvinegro, Adriana foi chamada de macaca pela adversária.
Sem nenhuma interrupção da arbitragem, o jogo seguiu normalmente, mas o Timão não deixou barato. Como resposta no sétimo e oitavo gol da equipe, as jogadoras fizeram um gesto antirrascista, levantando o braço direito como protesto.
Após a partida, a jogadora relatou que ficou sabendo do ocorrido, através das companheiras de equipe, lamentou e disse que trabalham para que esse tipo de coisa não aconteça. Já a equipe do Corinthians divulgou uma nota de repúdio, prestando solidariedade à atleta e todo suporte jurídico para a apuração.
Se engana quem pensa que esse é um caso isolado. Em abril deste ano, durante uma partida pelo Brasileirão Feminino, entre Napoli x Bahia, um comentarista da plataforma MyCujoo, disse que o cabelo das jogadoras do time do baiano, eram “exóticos”, chegando a citar a jogadora Aline.
“O Bahia está aí com a sua vantagem de estatura, com esses cabelos exóticos, pelo menos uma meia dúzia, como a Aline, que tem um cabelo mais exótico”, disse o comentarista. Na sequência o narrador completou: “Verdade, eu estava brincando que esses cabelos pareciam com a da Margareth Menezes, da Bahia”.
A CBF lamentou o acontecimento e solicitou que os profissionais fossem afastados pela empresa e não podendo admitir que o futebol seja palco para esse tipo de comportamento.
Os gestos de luta no Brasil refletem também o que acontece no mundo. No início das Olimpíadas de Tóquio, seleções femininas como Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Suécia, se ajoelharam antes das partidas começarem, como forma de protesto contra o racismo.
O racismo está além dos campos, muitas vezes presente no nosso dia-a-dia e cabe a nós combater isso, não deixando passar nenhum desses acontecimentos.
Foto de destaque: Staff Images Woman/CONMEBOL