Como um número dentro de um dos maiores esportes do mundo tende a ser um tabu em pleno século XXI? Uma camisa rejeitada e um preconceito a ser combatido. O 24 é tratado de forma pejorativa, dentro do futebol, por conta do jogo do bicho. O número era representado pela figura de um veado e foi associado aos homossexuais de maneira preconceituosa.
Pensando nisso, a revista Corner lançou uma campanha em suas redes sociais contra a homofobia com a hashtag #PedeA24. A ação visa quebrar o tabu dentro do futebol incentivando os atletas a usarem o número dentro do campo. Quem assina o manifesto é o craque Mauro Beting, que também é editor da revista.
O tema existe e é discutido há bastante tempo, mas ganhou destaque após uma polêmica envolvendo o diretor do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, que na apresentação do jogador Victor Cantillo, meio campo apresentando no início do ano passado, disse que ele não poderia usar a camisa 24, na qual ele já usava, no Junior Barranquilla.
A ação do dirigente desempenhou muitas críticas e o assunto foi centro do debate. Após o ocorrido, o diretor se manifestou em suas redes sociais pedindo desculpas e admitindo que errou. Em vez da camisa 8, Cantillo passou a usar a 24, como tinha pedido inicialmente.
E não é só por parte dos clubes! A Seleção Brasileira, que está disputando a Copa América, também não tem um camisa 24. Com isso, o Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT entrou com uma liminar na justiça do Rio de Janeiro pedindo para que a CBF explique-se.
O juiz da 10° vara civil da capital, Ricardo Cyfer, estipulou uma multa diária de R$800 caso haja o descumprimento.
No mês do orgulho LGBTQIA+, o Brasil é o único entre os dez times participantes da Copa América que não tem um 24 entre os jogadores. Um posicionamento sobre o assunto vindo da própria seleção poderia servir de espelho para todos os clubes nacionais. Isso é necessário para que essa cultura mude e vá além das redes sociais.
Veja aqui a campanha da revista Corner
Foto de destaque: Bernardo Serrado/Globo