Após ficar de fora da Eurocopa de 2016 e da Copa do Mundo de 2018, a Holanda se vê classificada para a fase final de um torneio grande depois de sete anos de espera
Uma das coisas mais difíceis de se fazer é se renovar. É agradecer e reverenciar os títulos e conquistas do passado ao mesmo tempo que se prepara para escrever novos capítulos. A ideia de renovação se estende para todos os aspectos e ambientes da sociedade e o esporte não foge muito disso. No caso das seleções, as renovações podem ser muito doloridas, mas são completamente necessárias para a continuação da história.
No caso da Seleção Holandesa, a renovação foi bem dolorida. Se despedir de grandes craques como Robin Van Persie, Arjen Rooben e Wesley Sneijder foi bem difícil e doloroso para os holandeses. Apesar de já ser um momento esperado e programado, a Seleção não estava preparada para essas perdas.
A decepção em 2016 e 2018
Logo depois de uma terceira colocação na Copa do Mundo de 2014, ganhando do Brasil em casa na decisão, a Holanda se preparava para uma Eurocopa em 2016, disputada na França. Sendo a terceira melhor rankeada pela FIFA, apenas atrás de Espanha e a recém-campeã do mundo Alemanha, a Laranja Mecânica permanecia no pote 1. Após o sorteio, descobriu ser uma das favoritas do grupo A, que tinha República Tcheca, Islândia, Turquia, Casaquistão e Letônia. Um grupo relativamente fácil, principalmente para uma Seleção que tinha acabado de sair de uma semifinal de Copa do Mundo.
Porém, não foi isso que aconteceu. Com quatro vitórias, um empate e cinco derrotas em 10 jogos, os holandeses terminaram as Eliminatórias em quarto lugar no grupo, não classificando nem para as repescagens. Se a decepção para a Euro parecia pouco, o período pós-Euro também não foi bom.
Para a Copa do Mundo de 2018, a Holanda deu azar e pegou um grupo ainda mais difícil do que o da Eliminatória para a Eurocopa. Com França, Suécia, Bulgária, Luxemburgo e Bielorrússia, os holandeses mais uma vez bateram na trave. Holanda e Suécia acabaram a fase de grupos com os mesmos 19 pontos. Porém, os suecos tinham oito gols a mais de saldo, o que os levou para a repescagem.
Para as duas competições, ainda podíamos ver a grande maioria das peças de 2014, como Sneijder, Robben e Van Persie. Claro que foi triste ver as lendas se despedindo em um momento tão delicado para a Seleção, mas foi necessária para uma renovação que poderia trazer até mais alegrias, como o título inédito de uma Copa do Mundo ou um título de Eurocopa, que não vem desde 1988.
O que a nova geração pode mostrar
É claro que o time de 2021 não é completamente diferente daquele de 2014. Ginni Wijnaldum, por exemplo, uma das estrelas dessa nova geração, foi o autor do terceiro gol holandês na disputa de terceiro lugar em 2014. De Vrij e Daley Blind também permaneceram daquele time titular. Memphis Depay, o grande nome do ataque holandês, também estava presente na Copa, mas normalmente ficava no banco.
As renovações ficam por conta de peças fundamentais para o atual jogo da Seleção: o meio-campista Frenkie de Jong, hoje no Barcelona, e o zagueiro Matthijs de Ligt, hoje na Juventus. Os dois apareceram mais para o grande público na UEFA Champions League de 2018/19, quando levaram o Ajax para as semifinais, eliminando grandes times como Real Madrid e Juventus.
É bem verdade que, apesar das duas vitórias, ainda se espera bem mais da Holanda. Assim como é o caso da Seleção Inglesa, o técnico Frank de Boer também não conseguir espremer todo o suco que a laranja tem para dar. Porém, a classificação para as oitavas de final já é um começo. Para quem não conseguiu se classificar para duas competições seguidas, a permanência na Euro 2020 pode significar muito. Depois de muitas lágrimas de frustação rolarem, finalmente as lágrimas de orgulho podem voltar depois de mais de 30 anos.
O título pode até não vir. Aliás, apesar de ter bons nomes, é bem difícil dele vir. Mas não é impossível. Finalmente, os holandeses podem sonhar com os dias de glória novamente.
Foto de destaque: Divulgação/Seleção Holandesa de Futebol
Assim como na vida, o esporte também é feito de ciclos e sempre bom lembrarmos de que sempre haverá novas gerações, mas jamais esquecer aquelas que estão na história! Parabéns pelo texto!
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