Durante o Brasileirão 2020, times dispararam o número de infectados pelo novo coronavírus no futebol

Foram 302 casos de jogadores com Covid-19, além dos surtos de contaminação nos clubes fora do período de Brasileirão

O Campeonato Brasileiro de 2020 foi a primeira edição sem poder contar com torcida nos estádios devido à pandemia do novo coronavírus, que tomou conta da população brasileira e obrigou todo mundo a ficar dentro de suas casas há exatamente um ano. Essa mudança brusca afetou não só a parte financeira dos clubes, que ficaram com suas rendas cortadas, mas também o emocional dos jogadores, funcionários e comissão técnica, que foram muito prejudicados pela doença em si, sendo infectados.

Ao todo, durante o Brasileirão Série A, com levantamento feito no dia 28 de fevereiro pelo ‘GE’, foram 302 casos de jogadores que contraíram a Covid-19. Dentre os times que registraram um maior número, há empate entre Fluminense e Vasco, com 26 casos. O segundo e o terceiro lugar ficam com Palmeiras e Santos, com 24 e 22 registros até o fim do Brasileirão, respectivamente.

Por outro lado, São Paulo e Sport foram mais rígidos com os protocolos de saúde adotados e, durante todo o campeonato, tiveram somente três jogadores infectados pelo coronavírus. Contudo, após o término do Brasileirão, o Tricolor paulista chegou a registrar três casos positivos ao mesmo tempo pela primeira vez. Anteriormente, o atletas foram infectados isoladamente.

Foi um misto de controle rígido no clube e no CT associado à muita informação. Um controle bem perto de exame, vários exames realizados e a conscientização deles em relação à doença – explicou o diretor médico do Sport, Stemberg Vasconcelos.

Ainda segundo o levantamento do ‘GE’, considerando um período de 10 a 20 dias consecutivos, muitos times tiveram jogadores infectados ao mesmo tempo ou em sequência. No Palmeiras, por exemplo, foram 22 casos em 19 dias. No Rubro-Negro carioca, mais 19. Outros 16 no Athletico-PR. Atlético-MG, Bahia, Coritiba, Fortaleza, Santos e Vasco foram outros clubes que viram acontecer uma disseminação muito rápida.

Os treinadores e as comissões técnicas também sofreram com a Covid-19. Do início ao fim do Brasileirão, 18 times receberam o resultado positivo nos exames dos técnicos, que precisavam se afastar e, ao mesmo tempo, tentar não perder a rotina do clube para não estar “enferrujado” na volta, prejudicando o desempenho.

Agora, um ano depois do início da pandemia no Brasil, o país passa por uma situação ainda mais delicada, batendo recordes diários de mortes por Covid-19. Contudo, assim como o futebol foi paralisado nos primeiros meses de coronavírus, o discurso dessa vez é outro, alegando que o esporte é um dos lugares mais seguros por, possivelmente, descobrir a doença mais rapidamente já que passa por exames praticamente todos os dias.

Porém, é extremamente necessário entender que o grande tópico da questão não é mais realizar ou não testes do tipo RT-PCR. Agora, o que a gente passou a se preocupar ainda mais é com o número de casos. De nada adianta descobrir que está doente. É preciso parar de transmitir a doença.

Ao invés de priorizar um calendário, uma programação que pode sofrer alterações sem muito esforço, é urgente priorizar a vida. Dar jeitos e mais jeitos para transferir um campeonato estadual, por exemplo, por conta do Estado original estar em fase emergencial e proibindo eventos esportivos só demonstra o quanto o pensamento é voltado ao mundo individual.

Até quando? Será preciso, infelizmente, acontecer uma tragédia com um jogador famoso, ídolo de um clube de grande expressão, para que a decisão mais sensata seja tomada? Passou da hora de paralisar o que, na verdade, nem devia ter retornado.

Foto de destaque: Pedro Vilela/Getty Images

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