Falta de leito de UTI, números alarmantes de mortes, jogos sendo cancelados e novos surtos em clubes brasileiros. É hora do futebol brasileiro parar?
Estamos vivendo um momento crítico diante a pandemia do coronavírus. De acordo com levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), nas últimas 24 horas foram registradas 1.910 mortes pela doença no país e, um novo surto no Corinthians, abriu o debate sobre manter ou não o futebol em normalidade. O discurso ganhou força na última terça-feira (2), quando o treinador do América-MG, Lisca, pediu consciência para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e disse que não é momento para seguir com a Copa do Brasil.
“É quase inacreditável que saiu uma tabela da Copa do Brasil hoje, com jogos de 70 clubes, que nós vamos levar jogadores e delegações de 30 pessoas de um lado para o outro. Nosso país parou, não tem lugar nos hospitais. Eu estou perdendo amigos, amigos treinadores. Não é hora mais, é hora de segurar a vida. Aqui no Mineiro, tudo bem, porque é mais perto, mas vai pegar uma delegação do Sul e ir para Manaus, como vocês vão fazer isso, gente? Presidente Caboclo, pelo amor de Deus. Juninho Paulista, Tite, Cléber Xavier, as autoridades … nós estamos apavorados”, disparou o técnico.
Mesmo com os números alarmantes, a falta de leitos de UTI, com os novos surtos em vários times e jogos sendo cancelado, inclusive por falta de ambulâncias no estádio – fato que aconteceu em Santa Catarina- nenhum estado brasileiro paralisou seu campeonato estadual, e nem mesmo a CBF interferiu. Na minha visão, nem vai.
Alguns estados mudaram os seus decretos, permitindo jogos somente depois de um horário estabelecido, por contas aglomerações que pode haver. Exemplo: Rio Grande do Sul está com proibição de todos os serviços após as 20 horas, então, todos os jogos são marcados depois deste horário.
O futebol em si, sofreu e ainda sofre um prejuízo enorme com a pandemia. Acredito que todas as determinações impostas pela CBF foram cumpridas ao longo dos jogos. Na realidade, não tenho uma conclusão definida de que a modalidade pare ou continue, ainda há uma confusão nas minhas ideias. Mas, acredito que podemos fazer a nossa parte, usando máscaras, álcool gel, isolamento, evitando aglomeração e saindo de casa só quando extremamente necessário.
Já essa licença permitida “para jogar”, tem que ser cobrada. As Federações cobrando os seus clubes, e o clubes dos seus contratados. O caminho inverso também é válido e necessário. Todo cuidado é importante e fundamental. É preciso entender que o período atual é grave e há uma necessidade de restrições mais severas.
O momento é de conscientização e de responsabilidade. O futebol não pode se isolar em uma bolha. Está sujeito aos mesmos riscos da população.
Foto de destaque: Richard Ducker
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