A Seleção Brasileira feminina irá enfrentar a Seleção Estadunidense no Torneio She Believes Cup, que começará quinta-feira
As Guerreiras do Brasil foram convidadas para participar do quinto She Believes Cup, organizado pela Seleção Estadunidense. O país irá enfrentar as seguintes seleções: Argentina, Estados Unidos e Canadá, respectivamente. O torneio é uma das preparações para os Jogos Olímpicos, que já acontecem no meio de 2021.
O primeiro confronto já é logo na próxima quinta-feira (18), às 18h, contra a Argentina. No entanto, o mais importante será no domingo, quando a Amarelinha entra em campo com a temida Seleção Estadunidense, às 17h.
Dentre todos os jogos, o que realmente vai provar uma possível evolução da Seleção Brasileira é esse jogo contra os Estados Unidos. Para quem não lembra, elas são as atuais campeãs mundiais, mas não para só aí. Os estadunidenses têm um investimento desde a base do futebol feminino, estruturando a modalidade de uma maneira muito mais organizada e fortificada.
Elas estão em o que chamamos de “prateleira diferente” no futebol feminino, pois formam a maior Seleção dentro da categoria. Assim, mudando muitas visões referentes ao jogar das meninas. Além disso, os Estados Unidos possuem jogadoras que atuam, em sua grande maioria, nos melhores times europeus. Portanto, elas têm um dos melhores treinamentos mundiais, assim também causando melhorias no coletivo da Seleção.
Outro ponto possível de comentar é que as estadunidenses estão unidas desde o dia oito para iniciar os treinamentos, já a Seleção Brasileira chegou a Orlando na última segunda-feira (15). Esse é um assunto importante de ser abordado, visto que, mesmo com a melhoria da Amarelinha, ainda falta muito para chegar em outro patamar.
Infelizmente, a Seleção Brasileira em um geral não tem essa grande possibilidade de se unir pelo menos quinze dias antes para poder realmente treinar e conseguir estruturar da melhor maneira o time dentro de campo. Essa falta de entrosamento complica e muito para enfrentar seleções de peso maior.
O importante nisso é que todos sabem a força que a Seleção Estadunidense tem, todo mundo sabe o “medo” que ela causa para qualquer time que entre em campo contra. E não é para menos isso. Vencer é importante, mas jogar bem, mesmo perdendo, pode ser mais importante ainda.
A Pia já foi técnica dos Estados Unidos, conquistando ouro em duas Olimpíadas, Pequim e Londres, e sendo vice-campeã mundial em 2011. Esse é o maior teste para a “Era Pia”, que até então possui ótimos resultados comandando a Seleção. A técnica vai ter o seu maior teste de provar que pode trazer novas visões para o Brasil.
Ter passagem pelos Estados Unidos pode ser um fator que auxilia por conhecer o jogo e as atletas, mas não é o ponto mais importante. O que pode ser colocado como essencial é manter as boas atuações que a Seleção Brasileira vem tendo, isso mesmo com algumas mudanças e, também, a falta da Formiga e Luana, pilares no meio de campo brasileiro.
O que precisamos entender é que ganhar ou perder basicamente não deveria importar, não nesse momento. Caso ganhe jogando mal, pode ser que uma Olimpíada não traga o esperado. Mas se perder jogando bem, o resultado tão aguardado pode chegar futuramente.
A partida contra os Estados Unidos é o grande teste final, podemos falar assim. Nele, as cobranças serão reforçadas, o olhar será o mais crítico possível, mas é importante percebemos que ela precisa de espaço para trabalhar. A CBF já vem dando isso.
Tudo aconteceu de uma forma muito rápida e, por isso, é necessário o tempo. Pessoalmente, sempre digo: Jogos Olímpicos de 2021 eu não sei, mas a próxima Copa do Mundo? Podemos ser diferentes e fazer diferente. Um ciclo novo começou e vem se aperfeiçoando.
Foto de destaque: Sam Robles/CBF
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