Raízes Negras: Pretinha, a pioneira do futebol feminino

Aos 45 anos, Pretinha é uma das pioneiras do futebol feminino que ficou mais conhecida, passando por lutas dentro e fora do campo

Se o futebol feminino atualmente já é alvo de preconceito, o que se esperava há 40 anos? Delma Gonçalves, mais conhecida como Pretinha, começou seu futebol no Rio de Janeiro, em 1991, onde nasceu. No decorrer da carreira, viu seu nome brilhar fora do país, nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.

Nascendo em 1975, Pretinha ainda vivia em uma era onde o futebol para mulheres era proibido por lei. Felizmente, o mundo “desistiu” dessa ideia e foi possível conhecer um dos grandes nomes do futebol brasileiro.

A jogadora começou no Vasco e lá viu sua carreira e paixão pelo futebol decolarem. Em seu currículo, possui quatro participações em Copas do Mundo (1991, 1995, 1999 e 2007) e quatro em Olimpíadas (1996, 2000, 2004 e 2008), sendo vice-campeã na edição de 2004, em Atenas. Todos esses feitos pela Seleção Brasileira.

A meia escreveu muito bem sua história no futebol nacional. Pretinha se tornou exemplo para muitas meninas e também inspiração. Ela participou de fases importantes, fases de mudanças dentro do Brasil, indo contra tudo e todos.

Diferente de outras pioneiras do futebol feminino, pelo seu tempo no Vasco, Pretinha é muito mais conhecida pelos brasileiros. Foram nove anos defendendo a camisa vascaína, é uma dos ídolos e inspirações.

Foto: Arquivo pessoal

Encerrando a carreira em 2015, a marca na história não foi apagada. Ao se aposentar dos campos, os registros começaram a ser comentados. Ela foi a primeira atleta a marcar em três diferentes edições do Mundial e é a segunda maior artilheira em Olimpíadas.

Mesmo fora dos campos, Pretinha ainda age pelo futebol feminino. Ela vem participando de eventos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), dando palestras sobre o crescimento do futebol feminino e sobre como as coisas eram antigamente.

Além disso, a ex-jogadora se juntou ao “Mais Vasco”, que é um projeto do time para desenvolver o futebol. Pretinha contribui com o crescimento da categoria feminina vascaína e também com o lugar da mulher no esporte.

Sendo bem sincera, a questão do racismo não é o meu lugar de fala. Porém, o que Pretinha representa para a ocupação da mulher no esporte é imenso. Agora, para mulher negra na modalidade, maior ainda. Temos que agradecer todos os dias por ter mulheres como ela.

A gente é muito grata por cada passo, cada conquista e cada história. Pretinha é gigante, foi em campo e está sendo fora dele. Ela faz com que meninas possam acreditar no futebol, fez com que tivessem futuro, com que tudo isso crescesse e fosse o que é hoje.

Como Marta disse, “precisa chorar no começo para sorrir no fim”. Pretinha e muitas outras choraram, mas hoje continuam ajudando no crescimento e sorrindo.

Foto de destaque: Reprodução/Reuters

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