Dinizismo: A evolução dentro e fora de campo

Com um estilo de jogo fora dos padrões, Fernando Diniz, chama atenção dentro e fora de campo

Contratado em 26 de setembro de 2019, o técnico Fernando Diniz, chegou mudando o estilo de jogo do São Paulo e isso causou uma série de turbulência e pressão por parte da torcida.  Com um pouco mais de 12 meses, Diniz não conseguiu colocar o São Paulo na briga por títulos como Campeonato Paulista, Libertadores e Sul-Americana.

Em um breve retrospecto, o técnico conseguiu um dos objetivos do clube em 2019, que era colocar o São Paulo na fase de grupos da Libertadores. Na virada para 2020 com a expectativa grande, o tricolor dava sinais claros de que seria um ano excelente para o time, engatando várias vitórias no Paulistão e até mesmo na Libertadores, mas aí veio a pandemia.

Com o retorno do futebol, o São Paulo que ficou quase seis meses parado, caiu muito de rendimento, sendo eliminado pelo Mirassol no Paulistão, assim como a eliminação prematura na Libertadores e também na Copa Sul-Americana. O que antes soava como elogio, tornou-se uma gigantesca pressão pelos resultados apresentados nos jogos pós-pandemia. Mas, a diretoria decidiu mantê-lo ainda com péssimos resultados. E foi a melhor coisa a se fazer.

Foto: Kely Pereira/Estadão Conteúdo

Em pouco mais de um mês, Fernando Diniz, deixou de lado a pressão e viu a moral crescer com boa parte dos torcedores do São Paulo, sendo elogiado até mesmo por adversários. Com uma das melhores campanhas no Brasileirão, e com uma vitória de 3 a 0 em cima do Rubro-Negro, na última quarta-feira (18), pela Copa do Brasil, o tricolor paulista garantiu uma vaga na semifinal da Copa do Brasil.

Sob o comando de Diniz, o São Paulo tem um aproveitamento de 58,3%, sendo 30 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, sendo também o treinador mais longevo da “era Leco” e o segundo técnico mais antigo no Brasileirão, ficando atrás apenas de Renato Gaúcho, há quatro anos no Grêmio, time que Diniz vai encarar na semifinal da Copa do Brasil.

Em ótima fase, técnico comemora a sintonia com o time, além de vibrar com a torcida, que rasgou elogios e deu apoio através das redes sociais com a hashtag #FechadoComDiniz. O comandante do tricolor ainda comentou:

“No São Paulo precisa trabalhar sob pressão e fomos bem. O mérito maior foi nos unir, aprofundar as relações, saber o que queríamos para chegar a esse bom momento. Fato que vai diminuir essa pressão externa, mas temos que seguir trabalhando como foi até aqui”

A continuidade

Com o apoio da diretoria, ainda que houvesse muitas críticas ao técnico, o São Paulo se transformou em 2020, passando por momentos distintos, e isso entrega o que era de se esperar: resultado. 

É nítido que quando alguém desempenha um trabalho há longo prazo, o resultado é esperado, não tem como medir um esforço de um dia para o outro, é necessário paciência e continuidade. Os resultados ruins vão surgir, os erros vão aparecer, as eliminações vão aumentar as pressões, mas nada disso tira o aprendizado e a correção de um trabalho que leva tempo.

O que o São Paulo fez com o Diniz foi exatamente isso, ofereceu oportunidade para continuar e mostrar serviço, e apostou que era mais fácil corrigir o erro do que trocar mais uma vez e insistir em algo que não se sabe se daria certo. O tricolor conta em 2020 com o mesmo elenco e o mesmo técnico, mas a sua maior mudança foi na atitude e agora, no resultado.

O Dinizismo

Com um futebol mais agradável, aliando jogadores de boa qualidade e ideia bem executada, Diniz, gosta que o time tenha muita posse de bola e rode em campo, sem uma posição fixa. Há quem diga que o técnico costuma fazer treinos um pouco mais demorados e explicativos, mas que contagia cada um.

Nos bastidores, o ex-goleiro Marcelo Moreira, do Palmeiras, comentou sobre o jeito Dinizismo de comandar.

“Quando percebe algo errado, o Diniz costuma chamar o jogador de canto para conversar e entender o que está acontecendo. Não chega te acusando, não é só aquela coisa de resultado e fazer o melhor dentro de campo. Ele entende como é a vida do jogador”

Psicólogo de formação, Diniz, une as duas paixões para comandar e entrosar a equipe, fazendo de um ambiente de cobrança, um lugar também de muita paciência e reflexão, conquistando dentro e fora de campo.

Foto de destaque: Maurício Rummens

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