Raízes Negras: Marta, a recordista mundial entre homens e mulheres

Artilheira, capitã, líder, símbolo e vencedora; Conheça um pouco mais da história da jogadora seis vezes melhor do mundo

Quando falamos em Marta, é inevitável não pensarmos na luta que a jogadora tem diariamente na vida pessoal e na carreira no futebol feminino. Com passagens por clubes brasileiros e da Europa, além da Seleção Brasileira, a atacante alagoana e atualmente do Orlando Pride, dos Estados Unidos, coleciona vários títulos e prêmios relevantes.

A Rainha do futebol é resiliente desde pequena, lutou e ainda luta por seus ideais dentro e fora de campo. Hoje, a atacante é um grande ícone do esporte. Com seis prêmios de melhor jogadora do mundo, Marta já conquistou títulos de grande expressão como Champions League, Libertadores e Jogos Pan-Americanos.

Outro grande marco da carreira da jogadora se relaciona a gols em Copas do Mundo. Ela foi a primeira a marcar em cinco edições distintas do Mundial (2003, 2007, 2011, 2015 e 2019). Além disso, Marta é a maior artilheira da Copa, entre homens e mulheres, com 17 tentos.

Luta para chegar ao futebol

Marta teve uma infância humilde com a sua família. Seu pai o abandonou ainda bebê, com um ano de idade. Criada por sua mãe e avó, a atacante tem as duas mulheres como maiores inspirações na vida.

Para ter seu espaço dentro de campo também não foi fácil. Desde cedo, a alagoana se destacava nas partidas do bairro em que morava e chegou a ser considerada “melhor do que alguns meninos”, o que causou brigas e, principalmente, preconceito.

Porém, o técnico ‘seu’ Tota, de uma escolinha de futebol em Dois Riachos, enxergou a luz no fim do túnel e ofereceu à Marta uma oportunidade no futebol. Aluna do seu projeto, a atleta virou alvo de ataques durante os treinamentos, o que fez com que Tota passasse a repreender todo e qualquer garoto que tinham tais atitudes.

Uma vez, a jogadora participaria de um torneio na cidade Santana de Ipanema, porém os organizadores alteraram o regulamento para que somente meninos pudessem competir. Isso aconteceu com a justificativa de que não era justo sofrer dribles de uma mulher.

Em 2000, porém, a jogadora decidiu que era hora de enfrentar sozinha. Com a cara e a coragem, Marta viajou para o Rio de Janeiro, aos 14 anos, para tentar uma vaga no time feminino do Vasco. Garantida no clube cruz-maltino, a técnica Helena Pacheco lapidou a craque que temos o prazer de assistir hoje.

Seu primeiro contrato internacional já aconteceu em 2004, com 18 anos idade. O Umeå IK, da Suécia, demonstrou interesse em Marta, que não hesitou em fechar negócio. E assim que tudo começou. A atacante se mostrou ao mundo. Colecionou passagens por grandes times, conquistou títulos relevantes e caminhou para ser a melhor da história.

Trajetória na Seleção Brasileira

Com a Amarelinha, foram 152 jogos e 107 gols. Na Copa do Mundo, Marta esteve presente nas edições de 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019. Já nos Jogos Olímpicos, a atacante atuou em 2004, 2008, 2012 e 2016.

Maior artilheira da história das Copas, a melhor posição alcançada por Marta foi o vice-campeonato, em 2007, quando a Seleção foi derrotada pela Alemanha na final, por 2 a 0. Mesmo sem ganhar o título, a Rainha foi eleita a melhor jogadora do campeonato, além de artilheira.

Já suas melhores campanhas nos Jogos Olímpicos foram duas medalhas de prata conquistadas em 2004, Atenas, e 2008, Pequim. Em ambas as edições, as brasileiras foram derrotadas para os Estados Unidos na prorrogação.

A famosa ‘Bola de Ouro’

Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa em seis vezes: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018. O segundo lugar no pódio das melhores jogadoras do mundo também foi da brasileira em algumas ocasiões, como em 2005, 2011, 2012 e 2014. Em 2004 e 2013, a atacante foi a terceira colocada.

Foto: Alexander Hassenstein/FIFA

Gols marcados na carreira

Em jogos oficiais por clubes e Seleção, Marta acumula 279 gols em 417 partidas. Sua característica, que desde sempre foi de uma legítima camisa 10, atuando como armadora, ajudou a atingir essa grande marca.

Depois de um tempo atuando em campo, a jogadora foi deslocada para o ataque e, vez ou outra, entrava para o jogo como centroavante, segunda atacante e até mesmo ponta. Canhota, Marta se destaca pela qualidade técnica, com facilidade em dribles, passes em profundidade, organização de jogo, além de infiltrar e finalizar como ninguém.

Confira todos os prêmios já conquistados por Marta

  • 6x melhor jogadora do mundo (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018);
  • 3x artilheira do Campeonato Sueco (2004, 2005 e 2008);
  • 3x artilheira do Campeonato Norte-Americano (2009, 2010 e 2011);
  • 2x melhor atacante do Campeonato Sueco (2007 e 2008);
  • 2x MVP do Campeonato Norte-Americano (2009 e 2010);
  • 1x Bola de Ouro do Mundial sub-20 (2007);
  • 1x Bola de Ouro da Libertadores (2009);
  • 1x artilheira da Copa América (2010).

Foto de destaque: Buda Mendes/Getty Images

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