Robinho, ídolo do Santos e condenado por estupro na Itália em 2017, assina com o Peixe novamente até o fim do Brasileirão
No último sábado (10), o atacante Robinho esteve presente no CT Rei Pelé para acertar o seu retorno ao Santos após cinco anos. O jogador, que é cria da base santista e já teve três passagens pelo clube, é considerado ídolo do Peixe, acumulando títulos e lances importantes por toda sua trajetória. Porém, hoje, a história precisava ser diferente.
Em 2013, quando ainda defendia o Milan, o atacante e mais cinco homens abusaram e estupraram uma mulher em uma boate de Milão. A acusação da vítima resultou em uma condenação em primeira instância a Robinho no fim de 2017, em nove anos de prisão. Contudo, o atleta recorreu em liberdade, e ainda que seja condenado em segunda instância, ele não deve ser preso, já que a Constituição do Brasil impede que brasileiros sejam extraditados.
Neste mesmo ano, o atacante atuava pelo Atlético-MG, que se manteve em silêncio sobre o caso. A postura da diretoria do Galo incomodou torcedoras do clube mineiro, que protestaram e conseguiram que o atleta não renovasse seu contrato.

Desde então, Robinho esteve na turquia, defendendo o Sivasspor, em 2018, e o Basaksehir, desde 2019. Hoje, ele chega ao Brasil com idolatria santista. Seu contrato será até o fim do Campeonato Brasileiro, em fevereiro, podendo renovar por mais um período.
Depois de sua representante declarar que o atacante jogaria até por R$ 10 no Alvinegro do litoral paulista, já que o clube não passa por uma situação confortável nos bastidores, o contrato foi acertado com um pagamento de R$ 1.500 até dezembro e R$ 500 mil até o fim do vínculo, além dos direitos de imagem que serão pagos como bônus pelo dirigente Marcelo Teixeira.

A questão que fica é: até quando o futebol brasileiro será cúmplice de crimes contra a mulher? Robinho não é um caso isolado. O goleiro Bruno, ex-Flamengo, hoje defende o Rio Branco, do Acre, após passar nove anos preso por planejamento e participação no sequestro e assassinato de Eliza Samudio, sua namorada na época. O também goleiro Jean, ex-São Paulo, é titular do Atlético-GO depois de ser acusado por violência doméstica contra a sua ex-esposa. O atacante Dudu, ex-Palmeiras, também estava sendo investigado por violência contra a ex-esposa quando deixou o Alviverde rumo ao Qatar, emprestado ao Al-Duhail.
Até quando clubes realizarão campanhas bonitas na internet contra todo tipo de violência, principalmente contra a mulher, e não cumprirão o papel politicamente correto também fora das redes sociais, no dia a dia?

É preciso mais respeito! Principalmente com as mulheres torcedoras de cada um desses clubes. A luta feminina diária, contra todo tipo de assédio e violência, não pode ser jogada fora, muito menos idolatrando um homem que é condenado justamente pelos mesmos pontos que são pauta todos os dias.
Repudio, em qualquer esporte, a presença de Brunos, Jeans, Dudus e Robinhos. Cada um deles precisa pagar pelo que fizeram, e não será dentro de campo que isso vai acontecer.
Foto de destaque: Divulgação/Santos FC
Um comentário sobre “Opinião: Até quando o futebol brasileiro será cúmplice de crimes contra a mulher?”