A Prefeitura de Taubaté é quem mantêm o projeto que, sem patrocinadores, conta esporadicamente com a ajuda de comerciantes locais
Dando continuidade à sequência de matérias conhecendo as histórias de alguns times de futsal feminino do Brasil, hoje saberemos mais a respeito do projeto formador de atletas e que vem sendo cada vez mais estruturado: o FT – Futsal Taubaté Feminino.
O início do Futsal Taubaté
O projeto FT – Futsal Taubaté Feminino começou em 2013, apenas com as categorias sub-15 e sub-19, com a finalidade de aproveitar a quantidade de jovens participantes do projeto social FUTPEEJ, desenvolvido voluntariamente pelos professores Alessandro Pavanetti, Isabel Reis e Marcio Silva.
Os três passaram a ter o apoio da Secretaria de Esportes e Lazer de Taubaté e a iniciar um trabalho voltado para a representatividade do município nas competições da modalidade.
“Tivemos um início muito bom e promissor no nosso primeiro ano, principalmente com a categoria sub-15, que chegou em todas as finais nas cinco competições que disputou”, contou o professor Alessandro Pavanetti.
Em 2014, o projeto seguiu apenas com Pavanetti e Isabel Reis, que passaram por algumas dificuldades. “Não tínhamos recursos materiais como bolas, coletes, uniformes e recursos físicos como locais para os treinos”, disse Pavanetti.
Apesar disso, eles passaram a ter todas as categorias de base: sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20. A partir de 2015, a equipe iniciou uma parceria com o Programa Escola de Atletas e Formação Integral (EAFI), passando a ter mais apoio da Secretaria de Esportes da cidade, onde tiveram melhorias em suas estruturas e começaram a ter uma melhor organização e sistematização no projeto.

“Nosso objetivo é focado em detectar talentos em Taubaté, dando oportunidade para que as meninas do município possam desenvolver a prática do futsal”, declarou o professor Alessandro.
A equipe visa a formação não só de uma futura atleta como também de uma cidadã, “com valores e virtudes para o jogo da vida dentro e fora de quadra”, acrescentou ele.
O papel da Prefeitura Municipal de Taubaté
A equipe é um projeto sustentado por meio da Secretaria de Esportes e Lazer de Taubaté. É a Prefeitura quem oferece e mantêm toda a estrutura para o desenvolvimento do time, que tem como responsável o técnico Alessandro Pavanetti e a preparadora de goleiras Isabel Reis.
Eles também contam com o trabalho das ex-atletas da cidade e professoras como Ana Paula Gouvêa, para a preparação física, e Géssica Barbosa, como auxiliar técnica. “Não temos um patrocinador, mas contamos com alguns parceiros que, esporadicamente, ajudam em necessidades”, contou Pavanetti.
Entre esses parceiros, estão: Padaria Paraíso, para compra de lanches; Supermercado Panorama, para materiais e remédios; Clínica Fisiocenter, para atendimentos de recuperação e fisioterapia.
Os recursos financeiros são por meio do Fundo de Apoio ao Desporto Amador de Taubaté (FADAT), que auxilia a equipe nas despesas de taxas, alimentação, transportes para as competições e bolsas atletas.
Categorias da equipe no futsal feminino
Atualmente, 54 atletas fazem parte do projeto, divididas pelas categorias sub-13, 15, 17 e 20, sendo que 35 dessas meninas fazem parte do EAFI, onde estudam em período integral.
Segundo o técnico da equipe, cada categoria costuma ter, em média, 15 alunas e atualmente todas são de Taubaté. “Dividimos em fases: iniciação (sub-13), polimento (sub-15), especialização (sub-17) e alto rendimento (sub-20)”, contou ele.

Apoio ao futsal feminino dos moradores da cidade de Taubaté
Pavanetti disse ao Rainhas do Drible que, no começo do projeto, a equipe não tinha muito o apoio de torcedores nos jogos e treinos, somente dos pais e respectivos responsáveis das atletas.
Porém, ele falou que foi a partir de 2015 que o número de apoiadores na cidade começou a aumentar significativamente, e que um dos motivos foi o fato da equipe ter conquistado um local próprio de treino e mando de jogo, o ginásio da Vila Aparecida.

“Sediamos os Jogos Regionais e todos eles foram com o ginásio lotado. Fazíamos sempre jogos ‘casados’ com a equipe masculina e, então, os moradores começaram a apreciar e acompanhar nossas equipes”, contou ele.
Atualmente, podemos dizer que temos sim um bom apoio não só dos pais e respectivos responsáveis, mas também dos moradores e alguns admiradores da região prestigiando nossos treinos e, principalmente, os jogos em casa”, concluiu.
Evolução do futsal feminino
Para Alessandro, a categoria vem em uma grande evolução, principalmente nos últimos anos. Porém, ele analisa que ainda falta uma melhor organização por meio dos gestores do futsal feminino e que precisa ser dado uma maior oportunidade para os trabalhos feitos no Brasil.
Entre as melhorias que ainda faltam, o treinador cita o fato de existir departamentos separados do masculino, um calendário nacional e estadual mais organizado, com mais competições em todas as categorias do Brasil.

As instituições responsáveis (Confederações e Federações) precisam organizar a categoria feminina com equidade em relação à masculina e conhecer o contexto e cenário do futsal feminino”, opinou Pavanetti.
Segundo ele, o número de atletas de futsal feminino vem aumentando junto com a quantidade de trabalhos feitos para com a categoria. “Acredito que o nível está cada vez melhor e mais competitivo, anos atrás os jogos tinham placares elásticos e uma diferença no nível físico, técnico e tático muito grande. Com o equilíbrio dos jogos, fica mais fácil ter visibilidade no cenário midiático”.
Problemáticas do futsal feminino
Alessandro Pavanetti acredita que as dificuldades de crescimento para o futsal feminino estejam ligadas a questões culturais, enraizadas na sociedade como o preconceito e o machismo com as mulheres em práticas esportivas.

A maior dificuldade de ser uma equipe de futsal feminino está no preconceito cultural, na falta de visibilidade e conhecimento da sociedade com a categoria. Porém, quem começa a assistir aos jogos, prestigia e fica surpreendido com o nível das partidas”, acrescentou.
Para ele, os ótimos resultados da Seleção Brasileira, de jogadoras, como Amandinha (seis vezes melhor do mundo), e de projetos formidáveis sendo realizados no Brasil, faz com que o futsal feminino caminhe com passos mais largos e evolua cada vez mais.
O futuro do FT – Futsal Taubaté Feminino
Pavanetti falou ao Rainhas do Drible que o desejo da equipe é estar cada vez mais consolidada e sendo referência para o futsal feminino, e que independente do caminho que as suas atletas forem seguir, o importante é que elas sejam cidadãs com princípios, valores e virtudes dentro e fora de quadra. “Acreditamos que isso é de estrema importância e levamos como nosso papel principal, pois somos além de tudo, somos formadores”.
“Desejamos que as nossas atletas estejam sempre em evolução, não importa a equipe que estejam. Se, por acaso, virarem membros de comissões técnicas, que empenhem da melhor maneira as suas funções ou se não seguirem como praticantes da modalidade, que sejam amantes, torcedoras, parceiras ou até patrocinadoras do futsal feminino”, acrescentou.
Que tenhamos conquistas em âmbitos nacionais, internacionais e que possamos ter todas as categorias para contribuir com o crescimento e valorização da modalidade. Quem sabe ela vire olímpica e a nossa equipe tenha a honra de ter uma atleta formada aqui fazendo parte da Seleção Brasileira. Sonhamos, lutamos e acreditamos que tudo isso possa se tornar realidade”, concluiu o coordenador da equipe de Taubaté.
Foto de destaque: Divulgação/Futsal Taubaté Feminino
Olá parabéns pela do professor iniciativa !!! Muito importante para o esporte de base ter esse reconhecimento e possibilidade .
E o trabalho do professor Alessandro Pavanetti é fantástico, orgulho de acompangar e apreender muitas coisas com ele.
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Excelente Projeto e Trabalho do meu amigo Pavanetti e a Bell, sem duvidas é uma referencia para todos do Futsal Feminino!!
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