Partida foi adiada após dez jogadores do Goiás testarem positivo para a Covid-19; Jogadores do São Paulo só souberam da medida quando já estavam em campo
A partida entre Goiás e São Paulo, que aconteceria no último domingo (09), no Estádio da Serrinha, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, foi adiada após dez jogadores do Goiás testarem positivo para o coronavírus, sendo oito deles titulares.
Horas antes do jogo, o Esmeraldino entrou com um pedido na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para que a partida fosse postergada, já que a equipe não teria nem jogadores suficientes registrados na competição para entrar em campo.
O episódio acendeu um alerta aos protocolos e exigências da CBF com a testagem de atletas e comissão técnica, já que a exposição das pessoas envolvidas com a partida em uma situação como essa é preocupante.
Sobre o caso
O Goiás afirmou que recebeu o laboratório do hospital Albert Einstein na quinta-feira (06) para a realização dos testes, mas que em seguida tiveram de repetir o procedimento por uma falha de acondicionamento do material. O hospital, no entanto, alega que a retestagem não afetou o prazo dos resultados.
Em nota, o hospital Albert Einstein, parceiro da CBF na realização dos testes, confirmou que houve falha técnica na coleta não apenas da equipe do Goiás, mas também na do Vila Nova, que estreou na Série C no último sábado (08), e teve um caso confirmado apenas após a viagem para Manaus.
Assim que soube dos casos, a diretoria do Goiás iniciou uma corrida contra o tempo para testar novamente o elenco. A ideia inicial era entrar em campo, mas, para isso, foi exigido que o técnico Ney Franco pudesse relacionar um mínimo considerável de jogadores. Sem respostas da CBF, o departamento do Esmeraldino entrou com ação no STJD pedindo o adiamento da partida.
Confira a nota do hospital:
“O Hospital Israelita Albert Einstein identificou uma falha técnica na coleta das amostras, feita em um laboratório parceiro em Goiás, para realização de teste RT-PCR em atletas e equipes dos clubes Vila Nova e Goiás. Solicitou, portanto, novas amostras antes do processamento dos exames. Elas foram refeitas e encaminhadas para análise no laboratório do hospital em São Paulo, sem nenhum prejuízo aos prazos estabelecidos para apresentação dos resultados”.
Polêmica
Os jogadores e comissão técnica do São Paulo só ficaram sabendo do adiamento da partida quando já estavam em campo. Os atletas se mostraram insatisfeitos porque queriam atuar, depois de toda a preparação para a partida com treinamentos, viagem e concentração.
O Tricolor seguiu uma série de cuidados para evitar a propagação da Covid-19 e mesmo assim foi exposto a uma situação como essa. O clube paulista fretou um voo só para a delegação e hospedou os jogadores em quartos individuais.
O diretor executivo de futebol do São Paulo, Raí, se posicionou sobre a decisão de adiamento do jogo:
Óbvio que teve uma preocupação. Desde o início conversamos entre nós. Uma situação desconfortável, não sabíamos da extensão do problema. Sabíamos que teria uma contraprova, poderiam ter erros nos resultados, então eram muitas dúvidas, ninguém tinha certeza. Sabíamos que seriam refeitos os exames. Como foram dez casos, preocupou a todos, mas ao mesmo tempo perguntamos se existia uma confirmação ou não. Por isso, mantivemos o contato com os dirigentes do Goiás o tempo todo e procuramos várias vezes a CBF, que me ligou agora há pouco, o responsável pelas competições, Manuel Flores, que explicou que não conseguiu retornar antes pois estava resolvendo tudo”, disse para a TV Globo.
Marcelo Almeida, presidente do Goiás, no entanto, disse em entrevista que foi ele quem procurou a direção do São Paulo:
O São Paulo agiu de forma bastante fria, vamos dizer assim. Veio aqui como o propósito de ir para o jogo se caso ele existisse. Mas, de repente, como eu sabia que nós tínhamos dado entrada no STJD e estávamos a poucos minutos de ter essa liminar referendada, eu cheguei, procurei o Raí, e posicionei. Simplesmente eu disse: vocês estão entrando em campo, mas pode acontecer de termos uma liminar e o jogo pode não acontecer. Ele falou: vamos esperar um comunicado da CBF. Foi uma coisa muito fria assim, mas ninguém me procurou, fui eu que fui atrás e avisei”, disse o presidente do Goiás.
A partida ainda não tem nova data para acontecer.
Foto de destaque: Reprodução/TV Globo
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