O texto de hoje vai ser um pouco diferente do habitual. Esses dias, rolando a timeline do Instagram, me deparei com uma postagem de mau gosto comparando a volta do futebol com os trabalhadores dentro de um ônibus lotado que precisam, por necessidade, continuar trabalhando.
Se fosse para apontar o primeiro absurdo dessa comparação, eu começaria pelo fato de que um salário de um jogador e o que isso rende a ele não deve ser colocado em discussão contra o de um trabalhador da classe média, quiçá baixa.
Para continuar o horror, a página escreveu na legenda que “também precisamos cuidar da nossa saúde mental, o futebol tem que voltar”. Me permitam perguntar… Sem vida, tem saúde mental? Com mais casos confirmados de Covid-19, tem torcida no estádio?
A maior forma de combater a proliferação desse vírus é o isolamento social absoluto, que significa ficar em casa, evitar aglomerações. A volta do futebol agora, com mais de 50 mil mortes confirmadas no Brasil, é um descaso à vida. Não põe em risco somente os jogadores, técnicos e afins, mas todas as pessoas que têm contato com eles desde a casa até o centro de treinamento.
Nós aqui também sentimos falta das partidas, dos campeonatos, estamos com saudades de noticiar triunfos, gols de virada… Mas antes de sermos apaixonadas por futebol, somos a favor da vida e da saúde!
O mundo inteiro segue doente, seja fisicamente ou mentalmente, e esse é o momento de pararmos de nos importar só com nossos gostos e vontades e olhar para o próximo. Só dá para sair dessa juntos, e a forma de ajudar agora é estando separados.
Deixo aqui, em nome da nossa equipe, uma nota de repúdio a essa volta precoce e irresponsável. Saudades sim, futebol, mas ainda não é seguro comemorar seu gol.