Enquanto querem voltar à vida “normal”, a vida para muitos nunca voltará
Você já foi a um estádio de futebol com mais de 40 mil pessoas nas arquibancadas?
Essa foi a média de torcedores que estiveram na Arena Corinthians para o treino aberto que antecedeu o jogo de semifinal, contra o Flamengo, para a Copa do Brasil de 2018. Gente pra caramba, não é?
Pessoas com histórias, familiares, trabalhos, filhos, pais, amigos… Amores de alguns. Agora, imagina:
Uma situação faz com que o local seja destruído junto a estes humanos. Assim, do nada. Seria uma grande tragédia. O país pararia. Luto seria decretado por dias. A imprensa e as redes sociais só falariam disso. Uma dor que não dá nem pra imaginar.
Talvez até o presidente desse uma palavra de conforto à nação. Talvez nem escutaríamos sair de sua boca algo como “e daí?”, porque seria um absurdo e inaceitável. Não seria?
O Brasil já passou por diversas tragédias. Todo dia é um 7 a 1 diferente na vida dos filhos deste solo. E, agora, vivenciamos mais uma dentre outras que ocorrem em paralelo.
Mais de 40.200 pessoas morreram por conta da Covid-19. Um número tão alto que ultrapassa a capacidade de pessoas dentro do Pacaembu. Doloroso.
Confesso que está difícil. Somos o epicentro de uma doença silenciosa, com alto índice de contágio, e que ainda não tem vacina. Para deixar ainda pior, os responsáveis eleitos menosprezam e jogam o povo ao abate, além de tentarem esconder a contagem das vidas que se foram.
Se não contabiliza. Não tem. Parece até mágica. Ou pior, uma piada de péssimo gosto.
No meio desse furacão, o coronavírus deixou de existir para muita gente, enquanto pessoas deixam de existir.
Rolezinho? ‘Tá’ tendo. “Vamos fazer uma socialzinha pra assistirmos aquela live legal”. “Ah, mas são meus amigos, são meus familiares”.
E a doença só se propaga entre desconhecidos? Sua irresponsabilidade pode não custar a sua vida, mas pode custar a de alguém. Próximo ou não.
Vivemos um desgoverno? De fato. As coisas podem piorar em outros sentidos? Também. Mas não esqueça de cobrar a responsabilidade de quem lhe representa e, também, não deixe de fazer sua parte.
No duelo contra o coronavírus, não podemos ser tão ofensivos. Nosso sistema de defesa pode sofrer com consequências desastrosas.
Por isso:
- Higiene em primeiro lugar!
- Fique em casa, se possível!
- Mantenha o distanciamento social e use a máscara!
Em um jogo, precisamos esperar o apito final do juiz para sabermos que a partida acabou. E o coronavírus, infelizmente, ainda está em campo. Não dá para celebrar a alegria do futebol se faltam mais de 40 mil torcedores em nossas arquibancadas.
Cuide-se.