A situação dos clubes mineiros compromete o desenvolvimento da categoria feminina
Na última quarta-feira, dia 27 de maio, o Atlético-MG anunciou a desativação da base feminina. Dentre os três grandes de Minas Gerais, o Alvinegro era o único clube que, até então, mantinha a categoria em funcionamento. O América suspendeu o futebol feminino em maio e o Cruzeiro interrompeu o trabalho com a base no início do ano. A ausência das equipes de formação afeta diretamente o futuro do esporte.
Por meio de um comunicado, o Atlético informou que o desmonto das equipes sub-16 e sub-18, incluindo a comissão técnica, ocorreu devido a uma ‘reestruturação pela qual passa o clube’. Não existe uma previsão para o retorno das categorias.
No caso do América, a suspensão dos contratos do futebol feminino se deu após o fim das férias postas devido à pandemia. Com a intenção de evitar demissões, o clube adotou essa atitude, a partir de uma Medida Provisória. Essa MP permite que a suspensão dure até 60 dias. Recentemente, a Câmara dos Deputados autorizou a prorrogação desse prazo.
Após o início de uma crise financeira e rebaixamento do time masculino para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro cortou os gastos e o futebol feminino foi um dos afetados. A equipe profissional foi mantida, mas as atividades das categorias sub-16 e sub-18 foram interrompidas temporariamente.
Para que as equipes femininas cresçam e se fortaleçam ainda mais, é essencial cuidar das divisões de base. São elas que auxiliam no preparo de jovens jogadoras para a carreira profissional. Essas atletas são o futuro do futebol feminino. Não trabalhar de forma adequada com as equipes de formação significa colocar o desenvolvimento da categoria em risco.
Com as competições paralisadas devido à pandemia do novo coronavírus, alguns clubes vêm enfrentando dificuldades para saldar seus compromissos financeiros. Em um cenário recheado de cortes, infelizmente, as equipes femininas estão entre as mais atingidas. É uma questão controversa, já que os custos de investimento dos clubes com a categoria costumam tomar conta de uma pequena parte dos cofres.
O futebol feminino continua não sendo tratado como uma prioridade para grande parte dos times, que não o veem como lucrativo. Mas vale pensar: o que tem sido feito para que o mesmo se torne mais frutuoso para os clubes? O assunto vai além de dinheiro. Investir também é planejar, incentivar, entender e querer o desenvolvimento de um projeto que pode render ainda mais coisas boas.
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