Em reunião com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e representantes da Ferj, Flamengo, Vasco e outros clubes de menor investimento debateram a respeito da volta as atividades e a possibilidade da retomada em junho

Com seus jogos cancelados desde o segundo turno por decorrência da pandemia do coronavírus, o Campeonato Carioca tem sido pauta de muitas polêmicas a respeito da sua retomada.

Na tarde do último domingo (24), os clubes que compõem a Série A do torneio se reuniram com o prefeito e representantes da Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) para discutir uma possível retomada do campeonato, com excessão de Botafogo e Fluminense, que não estão de acordo com a volta às atividades até o fim da pandemia.

Embora Flamengo e Vasco já tenham retomado treinos no centro de treinamento, todos os clubes presentes conseguiram autorização para realizar algumas atividades a partir da terça-feira (26), com excessão do treino coletivo e do famoso “rachão”, que serão liberados a partir do próximo mês.

“Estou muito satisfeito com nosso diálogo e vou submeter todas as questões tratadas ao nosso comitê científico, sempre pensando em primeiro lugar em salvar vidas”, disse Crivella, por meio de nota. Enquanto isso, Botafogo e Fluminense também emitiram notas sobre a ausência.

“Reafirmamos não ser o momento para voltar a ter treinos presenciais. O futebol é um instrumento de altíssimo impacto e repercussão social. Passar essa imagem de retorno imediato, no auge da crise, de mortes, com a curva ainda em ascensão, é estar em desconexão com a realidade. Além de desumana, é insensível do ponto de vista interno, com nossos atletas, comissão técnica, funcionários e seus familiares. Vai chegar a hora de voltarmos, mas não será agora”, disse Nelson Mufarrej, presidente do Alvinegro.

Já a nota emitida pelo Tricolor ressalta que jogos podem causar aglomerações mesmo sem público. “Se não forem ao estádio, as pessoas se juntarão em frente a televisores de bares, que insistem em permanecer abertos, sobretudo nas periferias, onde o isolamento social tem tido menor adesão. O futebol, por movimentar paixões, deve estar ciente de seu compromisso social e não alimentar ansiedades”, indica um trecho do documento.

A Ferj deixou claro que, no momento, os clubes deverão realizar apenas fisioterapia, reabilitação muscular dos atletas e fisioterapia com bola, desde que levem sempre em consideração o protocolo de segurança contra a expansão do contágio da doença. E conforme combinado, novas reuniões deverão acontecer.