COVID-19: Os impactos financeiros nos clubes brasileiros

A pandemia provocada pelo COVID-19 afetou diversos clubes pelo mundo, e no Brasil não foi diferente, com muitos clubes correndo sérios riscos de fechar as portas

A crise do COVID-19 interferiu no calendário esportivo em muitos países, forçando na alteração de datas, mudanças de locais e até mesmo cancelamento de competições. Diante deste cenário, as receitas serão afetadas em média até 40% para os clubes grandes, visto que a divisão de verba de um clube de futebol é dada por contratos de patrocínio e transmissão de TV, sócio-torcedor, patrocinadores, bilheteria, venda de produtos, licenciamento, além de negociações de atletas. 

Se com essas simulações financeiras o cenário já é bem significativo para os clubes grandes, pode-se dizer que os clubes pequenos correm até o risco de fechar suas portas. Por hora, mais efetivo do que a redução salarial em razão da jornada de trabalho, permitida mediante ao acordo individual da reforma trabalhista, seria a adoção de medidas coletivas.

Diante de diversas propostas para diminuir os impactos gerados pela crise, algumas como: redução salarial, incluindo direito de imagem e CLT, além de férias antecipadas, foram citadas. Há ainda uma medida que garante que após a pandemia, ocorreria o restabelecimento dos salários reduzidos. Esta saída, que é adotada por muitas empresas em casos excepcionais, prevê que a redução não seja superior a 25% do salário de cada um. 

Embora seja uma opção viável para alguns clubes, desde que de acordo com o atleta, há muitas regras que são sensíveis de colaboração. No futebol, nenhum clube joga sozinho e é preciso que todos funcionem num nível muito parecido de competitividade, afinal qual seria a graça dentro de um desnível coletivo? Nenhuma. 

Os clubes precisam chegar a um acordo coletivo, pois se em um momento de crise cada um tomasse a sua própria decisão, o equilíbrio em campo e até mesmo financeiro resultaria na falência dos clubes menores, e com isso a crise não será mais só por conta da pandemia. 

Sabemos que sem campeonato não tem receita, e sem esse meio fica ainda mais difícil realizar pagamentos dos atletas e demais membros dos clubes, mas é preciso ajustar da melhor forma para que não prejudique ainda mais os clubes. Não se sabe ao certo quando os campeonatos voltarão a ser realizados no país, mas até lá algumas medidas devem ser repensadas para que a saúde financeira dos clubes não afetem dentro de campo.

Neste momento precisamos ter empatia, principalmente pelos clubes menores, que muitas vezes dependem da receita de negociações de atletas e da bilheteria que normalmente é superior dentro dos estaduais. Não tem como simplesmente cancelar esta competição agora, eles precisam disso, mas os grandes clubes talvez nem tenham calendário esportivo para as disputas, visto que muitos disputam Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão, por exemplo. 

Talvez agora seja o momento de rever os campeonatos que já existem, principalmente aqui no Brasil, para melhorar a logística e comercialização deste produto chamado futebol.

Imagem: Reuters / Edison Vara

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