Com estratégias falidas e uma administração ruim, o declínio dos clubes catarinenses incomoda principalmente os torcedores locais; É necessário um trabalho árduo para voltar à elite nacional
O futebol catarinense vem caindo de produção nos últimos anos, e isso tem ocorrido não somente pelos resultados ruins dentro de campo, mas também pela má administração existente nos times de Santa Catarina.
Com a ascensão do futebol catarinense no início da década atual, a Chapecoense, por exemplo, conseguiu chegar à final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. O jogo não foi realizado devido ao acidente aéreo que deixou um grande número de mortes, e por solidariedade, o clube foi declarado campeão da competição, conquistando o primeiro título internacional do estado.
Além da Chape, outros três grandes clubes de Santa Catarina estavam na primeira divisão na edição do Campeonato Brasileiro de 2015: Figueirense, Avaí e Joinville. Porém, de lá para cá, as equipes começaram a declinar.
O Avaí e a Chapecoense tiveram a pior campanha da temporada passada no Brasileirão, e o mesmo aconteceu com os rivais Criciúma e Figueirense na Série B. É fato que essas informações preocupam o torcedor catarinense, mas é preciso olhar o que realmente chama a atenção.
O futebol por si só não caminha sozinho. É preciso apoio e uma boa gestão, o que observamos em falta nos times do estado. Os problemas, que vão desde crises internas, atrasos salariais, dívidas, altas taxas de registro de jogador, taxas de arbitragem e até rebaixamento, são motivadores para afundar um clube.
Entre os grandes clubes do estado, cada um possui uma grande deficiência. A Chapecoense sofre com as indenizações aos familiares das vítimas do acidente. O Avaí tenta ajeitar o lado financeiro, que não é suficiente, visto que o dinheiro é curto para todos os clubes catarinenses. Já o Figueirense fez uma parceria com um grupo de investidores que estava ligado a esquemas de corrupção, e acabou passando por um vexame nacional.
De modo geral, o futebol catarinense está indo na contramão do futebol nordestino, por exemplo, que vem apresentando estratégias inteligentes para se manter na Série A do Brasileirão, passando de um time em 2015 para quatro em 2019. Essa situação curiosa envolve muito da má gestão e administração financeira dos clubes, que refletiu também dentro de campo.
Outros times também conhecidos de Santa Catarina, como o Brusque e o Tubarão, que disputam as divisões C e D do nacional, possuem uma realidade diferente dos quatro grandes.
Com títulos e uma organização que tem desde bases fortes até um aporte financeiro, o dinheiro, ainda que com pouco tempo de projeto entre os clubes, têm retornado como um ótimo investimento para os investidores, permitindo a chegada dos times à zona de acesso.
O importante agora é analisar o que foi feito e, principalmente, mal feito nesta década, que levou o futebol catarinense da elite ao declínio do futebol brasileiro. A situação não vai mudar tão rapidamente, mas o que se espera são pequenos passos para recuperar o fôlego financeiro e o futebol que era apresentado na temporada de 2015. Até lá, o apoio vai ser por meio de cobranças e posicionamento dos gestores dos clubes.
