A cobrança aos jogadores não é só dentro de campo

Da exaustão física até a emocional; Como a cobrança do futebol influencia na vida dos atletas

Não é nenhuma novidade que o futebol é o esporte mais popular do mundo, e que está cada vez mais ganhando novos adeptos, aumentando, assim, a atenção da mídia e o interesse de uma infinidade de pessoas em todo o mundo.

Com a influência dos meios de comunicação, o processo natural é que as crianças passem a praticar em maior intensidade a modalidade, muito por conta da idolatria de jogadores que estão no auge e são reconhecidos pelo seu talento e habilidade, sugerindo que, desde os primeiros anos de vida, eles já sonhem com o status obtido pela exposição da mídia e também os ganhos financeiros proporcionados pela profissão.

É difícil você encontrar alguma criança, principalmente entre os meninos, que não sonha em ser um jogador de futebol. Isso é o reflexo desse processo natural, que leva aos pais colocarem as crianças em uma escolinha ou projeto social que facilite neste caminho até a categoria de base de um clube. 

A maior dificuldade não está, na maioria das vezes, relacionada ao ingressar ou não em um clube, mas sim no processo psicológico existente para que este jovem atleta que tem grandes sonhos não se frustre futuramente e até mesmo pelo fardo de responsabilidades que terá ao ingressar no elenco ainda muito precoce, como o preparo físico, domínio de técnicas de jogo, questões táticas e psicológicas, entre outras. 

Uma das maiores decepções de um jogador é ganhar diversos títulos enquanto categoria de base e não conseguir uma vaga para o profissional, porém isso, infelizmente, é muito comum, visto que o futebol envolve uma grande quantidade de jogadores de base e poucas oportunidades enquanto profissionais, o que preocupa o atleta e acaba o afetando até mesmo no rendimento em campo.

Com o dia a dia agitado nos treinamentos, os jogadores começam a apresentar sintomas de exaustão emocional, despersonalização e insatisfação profissional, passando a desfrutar de sentimentos negativos sobre si, apresentando  dificuldade de relacionamento com o treinador, falta de habilidade técnica, decepção com resultados obtidos, interesses financeiros, ausência ou redução de vida pessoal além do esporte, falta de apoio de familiares e amigos, além de excessivas demandas de energia e tempo em isolamentos.

Na base, esse volume psicológico e de estresse aumenta ainda mais, visto que são crianças e adolescentes que não possuem um conhecimento aprofundado no assunto e muitas vezes carregam um fardo de preocupações maiores do que eles mesmos podem carregar pela idade.

E mesmo isso ocorrendo com grande frequência, o atleta pode não perceber que está esgotado física e emocionalmente, mas isso tende a aparecer ao longo da vida esportiva, evidenciando no seu desempenho em campo, levando até mesmo ao abandono da modalidade.

O futebol, assim como todo esporte, é altamente competitivo e isso traz um peso maior para a saúde mental dos jogadores, que sofre pela cobrança interna e também externa dos torcedores. Vale lembrar que eles são seres humanos e não máquinas, e nós precisamos entender e respeitar os altos e baixos que acontecem na carreira de cada um e de cada uma, e vibrar por cada partida que vai além do campo.

Foto: Reprodução/Federação Maranhense

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