Desde 2018, a Arábia Saudita passou a deixar que mulheres frequentem estádios de futebol. Sendo assim, o Irã é o único que ainda impede, apesar de protestos.
Não há uma lei que realmente impeça a ida de mulheres a estádios ou ginásios esportivos no país, mas desde 1981, após a revolução islâmica, a regra passou a entrar em vigor.
As autoridades iranianas proíbem a prática por não oferecerem infraestrutura e, consequentemente, processam quem descumprir a regra.
Nesta última terça-feira (10), os jornais anunciaram a morte de uma iraniana que, em março deste ano, tentou assistir à partida do Esteqlal, em Teerã, e acabou sendo presa, ficando detida por três dias.
Sahar Khodayari, de 29 anos, ateou fogo no próprio corpo em frente ao tribunal que seria seu julgamento. Em entrevista à agência estatal, Rokna, irmã de Sahar, disse que ela ficou aterrorizada depois da prisão e sofreu problemas mentais.
Sahar foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Seu corpo teve 90% das partes queimadas.
Segundo a Human Rights Watch, ao menos seis mulheres foram detidas, no mês passado, por estarem trajando vestimentas masculinas. A Organização pede ajuda da Fifa para que possa combater esse preconceito.
O caso de Sahar, ou de outras mulheres iranianas que tentam assistir aos jogos dos seus clubes, lembra os episódios ocorridos na Copa do Mundo da Rússia.
Com palavras de “liberdade” e “felicidade”, elas assistiram ao jogo entre Irã e Espanha pelo Mundial, e relataram como se sentiram ao ver o seu país no torneio. Até 1987, além da proibição de comparecer aos jogos, as mulheres não podiam assistir às transmissões.
Em 1997, com a classificação do Irã para o Mundial da França, cerca de três mil mulheres invadiram o local do estádio do jogo para comemorar com seus jogadores.
A Fifa, em um relatório divulgado no ano passado, disse que essa proibição vai contra o seu próprio código de ética.

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