Na partida entre Vasco e São Paulo, válida pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, uma cena chamou atenção: o árbitro Anderson Daronco paralisou o jogo ao escutar gritos homofóbicos vindos de parte da torcida cruz-maltina.
A ação ocorreu aos 19 minutos do segundo tempo, e Daronco, ao paralisar a partida, orientou o técnico Vanderlei Luxemburgo a pedir aos torcedores que parassem de gritar para que, assim, o jogo recomeçasse.
Não é de hoje que ouvimos esses tipos de gritos, seja em campeonatos nacionais, regionais ou até mesmo em jogos de Seleção Brasileira. Durante as eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, a CBF já havia sido multada pela Fifa.
Recentemente, a Conmebol puniu pelo mesmo ato no jogo de abertura da Copa América deste ano, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi.
A atitude de Daronco ressalta o que a Fifa pretende chamar mais atenção. Com o início das eliminatórias marcado para março do ano que vem, os árbitros estarão autorizados a interromper, suspender ou até mesmo cancelar as partidas em casos de ofensas homofóbicas pelos torcedores.
Caso não ocorra a interrupção dos gritos, haverá punição na perda de três pontos válidos da partida ou a eliminação da equipe da competição.
Em junho, o STF votou pela criminalização da homofobia e da transfobia. Semana passada, o STJD determinou que episódios como esse, ocorrido na partida de domingo (25), sejam relatados em súmula.
Se há uma lei, ela deve ser cumprida. O respeito a ela mostra o avanço no pensamento de uma sociedade, mas que não deve tratá-la somente como obrigação. É muito mais do que isso.

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