Durante muito tempo, o futebol foi proibido para elas, mas isso não foi motivo para desistir. Assim como em um contra-ataque, elas recuperaram a posse de bola e avançaram para o campo de jogo em direção ao gol. Neste caso, em direção à visibilidade.
Pode-se dizer que passou muito tempo para que o cenário do futebol feminino mudasse e elas, além de jogar, começassem também a serem incluídas no jogo, definindo e comandando os times. Não, não foi uma concessão, mas sim uma conquista das grandes.
Se olharmos para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como um todo, observamos que as mulheres ainda são minoria absoluta quando se trata de comando nos clubes, representando cerca de 1% de todos que têm licença para atuar na área. E há quem diga que mulher não deveria comandar, pois não tem profundidade sobre o tema. Será mesmo?
Em outros países, aconteceram diversos planos de desenvolvimento na categoria, entre eles o investimento nas duas pontas: a base e a principal. Se não houver esse fomento e desenvolvimento em ambas, dificilmente teremos uma grande mudança no cenário atual, e nós precisamos de mais.
O futebol feminino não quer ser comparado ao masculino e muito menos roubar o espaço dele. Só precisamos compartilhar da mesma estrutura para que essa evolução aconteça.
O brasileiro por si só já gosta de cobrar resultados, mas nunca procura entender a fundo a realidade do fato. Com as mulheres, isso acontece igualmente, e pode-se dizer que a categoria feminina brasileira ainda é amadora diante do cenário global.
Não queremos dizer que seja ruim, mas sim que falta ter o apoio, seja financeiro, público ou patrocinador, além do reconhecimento que elas, de fato, merecem.
Com a mudança do cenário no comando da CBF de três anos atrás para o atual, temos um pequeno avanço que é muito significativo e relevante. Afinal, mulheres ocupando espaços e obtendo oportunidades que eles tiveram é, sem dúvidas, importante.

Ninguém melhor do que elas, que sofreram e sentiram na pele a falta de oportunidade e preconceito, poderá gerir melhor e incentivar para uma realidade diferente daqui para frente.
O contra-ataque ainda não acabou, ainda tem muito campo para correr e lapidar. Precisamos aproveitar cada oportunidade e começar desde cedo, pois nenhum resultado acontecerá do dia para a noite, e nós precisamos dar continuidade e apoio necessário que as mulheres merecem.
Iniciamos um novo ciclo no futebol feminino, e que desta vez a gente vire o jogo!