Depois de uma pressão realizada por um grupo de conselheiros do Corinthians, o clube decidiu retirar do Memorial, no Parque São Jorge, em São Paulo, uma camisa vestida por Gustavinho, da equipe de basquete do alvinegro, que fazia alusão ao protesto sobre a morte de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março do ano passado.
O grupo, com nome de “Fiéis Escudeiros”, entrou com uma reclamação formal no clube para a retirada da camisa na exposição, que tinha a frase “Quem matou Marielle?” e foi usada após a conquista da Liga Ouro, em 2018.

A intimidação maior foi sobre Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, que acabou determinando a exclusão do uniforme no Memorial. A camisa estava exposta pois a história do basquete do clube está sendo retratada em exposição itinerante, até o fim de agosto.
Carlos Roberto Elias, diretor cultural do Corinthians, relatou, em suas redes sociais, ameaças de conselheiros que quiseram retirar a camisa ‘na marra’. Explicou também que o fato apenas reproduz a comemoração da Liga Ouro de 2018, pelo até então capitão da equipe.
Porém, os “Fiéis Escudeiros” publicaram uma carta onde solicitaram a retirada da peça. “Através desta, os membros da chapa 11 – Fiéis Escudeiros eleitos para Conselho deliberativo do Sport Club Corinthians Paulista, por unanimidade, com apoio de um grande número de membros do conselho, solicitam a imediata exclusão de quaisquer alusões de cunho político, religioso ou de outra natureza não relacionadas às conquistas ou sua história dentro do âmbito esportivo dentro do memorial de nosso clube, como ocorre com a camisa direcionada à ex-vereadora do Rio de Janeiro. Consignamos que o caso em tela tem sua devida importância, sendo de competência das autoridades e não a nosso clube”, relata o documento.
A carta, que foi direcionada ao CORI (Conselho de Orientação), ainda diz que os conselheiros repudiam o uso do clube como “palanque na exposição de ideias pessoais”.
A partir desse fato, alguns grupos da torcida corinthiana estão organizando uma vigília pela democracia, no Parque São Jorge, na próxima sexta-feira (2), alegando ter sido um ato completamente divergente da história do clube, que sempre fez parte do povo e teve o seu posicionamento político, priorizando a democracia.