Projeto que prevê sistema de identificação biométrica de torcedores para entrada nos estádios de Curitiba, já está pronto para ser votado no plenário. Objetivo do processo é preservar a segurança do torcedor, além das torcidas organizadas, sem invadir sua privacidade.
Felipe Braga Cortês, vereador do PSD, foi o autor do projeto que pretende identificá-los nas entradas dos eventos esportivos, em locais de jogos com a capacidade maior que 10 mil pessoas.
A Assessoria do Direitos da Pessoa com Deficiência se manifestou cobrando o mesmo tratamento para todos o deficientes, independente de suas limitações, de acordo com o artigo 5º da Constituição Federal.
Bruno Pessuti (PSD), deputado relator do projeto, sugeriu que o cadastramento dos portadores de deficiências seja feito de outras formas. Como cartões de acesso, documentos pessoais ou senhas.
O Atlético Paranaense foi o primeiro clube do estado a implementar a tecnologia nos acessos da Arena da Baixada e se tornou referência nacional no assunto. O cadastro de cada pessoa é feito na chegada para os jogos apenas com a leitura digital do dedo e uma foto do rosto.
Dessa forma, com o sucesso do projeto, outros dirigentes de clubes do Brasil procuraram os representantes do Furacão para entender sobre o funcionamento do sistema. Inclusive, autoridades cariocas.
Ferj, Ministério Público, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Polícia Militar, Tribunal de Justiça e o STJD estiveram em Curitiba para entender mais sobre a implementação da tecnologia.
A torcida do Atlético Paranaense elogia bastante o sistema de segurança. Porém, os visitantes não dizem a mesma coisa. O torcedor do Fluminense Pedro Oliveira, visitou a Arena da Baixada no último jogo de seu clube pela Copa Sul-Americana e reclamou do acesso a partida.
“Foi uma experiência ímpar em relação a segurança, mas eu achei a polícia despreparada porque nos levaram até o estádio, sem respeito nenhum, bateram em mulher e foram apressando todo mundo que estava na escolta.”
Questionado também sobre o preparo da policial no Rio de Janeiro, a partir de uma futura implementação do sistema biométrico, Pedro afirmou que seria uma boa ideia para facilitar o trabalho da polícia. “Em todos estádios que fui fora do RJ, nunca tivemos uma recepção boa. O Rio é o estado mais preparado por ter também uma polícia especializada para essas situações.”
Já Kaique Iscandar, torcedor do Vasco, diz que a biometria será vantajosa em relação às torcidas organizadas, mas acha que a fiscalização será difícil no Rio. Apesar disso, ele acredita que “isso vai acabar com esse ingressos que ficam presos nas mãos dos cambistas, consequentemente, acabando com a máfia.”
O sistema biométrico foi utilizado pela primeira vez no Brasil no clássico Atletiba, dia 10 de setembro de 2017, pelo Campeonato Brasileiro. Desde então, o número de ocorrências na Arena da Baixada diminuiu consideravelmente.
Basta saber, se os outros estados serão capazes de concretizar o sistema, e de preparar a polícia para trabalhar junto a ele na queda do número de violência nos estádios e aumento da segurança de todos os setores e torcida.